Na semana passada a Samsung revelou que atualizaria alguns aparelhos da linha Galaxy para a versão mais recente do Android,
a 4.0. Dentre os nomes que ficaram fora da lista estavam o Galaxy Tab
original (de 7 polegadas) e o Galaxy S, ambos lançados em 2010. Isso
gerou uma revolta tão grande entre os consumidores que a empresa
anunciou nesta terça-feira (27) que está “repensando” a atualização para
o novo sistema.
Samsung Galaxy Tab e Galaxy S com Android Ice Cream Sandwich (Foto: Arte) |
O motivo pelo qual a Samsung não atualizaria o Galaxy S e Galaxy Tab
era a pouca memória RAM dos aparelhos. Isso faria com que a interface
personalizada da Samsung, TouchWiz, não rodasse de forma satisfatória e a
experiência final para o usuário ficasse debilitada. Mas agora a
sul-coreana disse que vai tentar fazê-la funcionar.
Existem então duas opções: a Samsung pode atualizar os dois
dispositivos com uma versão mínima do TouchWiz, ou pode atualizá-los
removendo essa interface por completo, e de quebra remover também as
personalizações de operadoras.
O problema é que para serem entregues, as atualizações deverão ser
homologadas por operadoras de telefonia que venderam tais modelos, e
elas não vão gostar de verem suas próprias personalizações, com
aplicativos próprios, removidos de celulares em que investiram, mesmo
que eles já tenham quase dois anos de mercado. Obviamente, basta que a
Samsung faça alguns acordos financeiros com elas para que esse detalhe
seja relevado.
O que a Samsung tem aqui é a chance de abrir um precedente para a
plataforma Android. Se ao atualizar dispositivos antigos a empresa
remover todas as personalizações e torná-los Androids puros, isso
certamente fará com que mais consumidores prefiram a sul-coreana na hora
de comprar aparelhos dessa plataforma. E essa atitude vai acabar
forçando as demais fabricantes a fazerem o mesmo, para não ficarem
atrás.
A Motorola e a Sony Ericsson fizeram algo similar no passado. Ao
atualizar os modelos Milestone e Xperia X10 para a versão 2.2 do
Android, a Froyo, ambas acabaram removendo certas personalizações dos
aparelhos, mas algumas customizações de operadoras permaneceram. E nem
todos os aparelhos ao redor do mundo receberam a mesma atualização, por
isso nenhum precedente foi aberto.
Resta saber se a Samsung vai agarrar essa oportunidade de fazer
diferente ou se vai continuar não arriscando numa área que tanto trás
lucros para a empresa - e que, com isso, tem potencial para trazer muito
mais.
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