sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ex-Google diz que Android nunca será tão suave quanto o iOS

O ex-estagiário do Google, Andrew Munn, fez algumas declarações em sua conta do Google+, comparando o funcionamento do Android em relação aos demais sistemas operacionais. Na publicação, ele enfatizou uma das mais problemáticas características do sistema móvel do Google: a deficiência da performance da interface visual do sistema.
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Interface de um smartphone Android (Foto: Reprodução)

Segundo Munn, a forma como o Android renderiza sua interface de usuário é diferente dos sistemas semelhantes. O sistema do Google não prioriza essa renderização, o que faz com que os smartphones sofram de pequenos atrasos nas transições de telas de aplicativo, ou os populares “lags”. O Android segue o modelo de renderização do PC, com uma prioridade de sistema “normal” para os recursos visuais.
Munn exemplifica sua teoria citando a página do Facebook aberta pelo navegador Safari no iPad ou iPhone. Se o usuário coloca o dedo na tela e começa a movê-lo durante o carregamento da página, a renderização para automaticamente, e o carregamento da página é interrompida, até que você remova o dedo da tela. Isso acontece porque o iOS considera como prioridade qualquer evento ou ação de interação do usuário na tela, pois entende que essa ação tem maior importância que a renderização da página carregada.
Se você realizar o mesmo procedimento no Android, o sistema vai continuar a carregar a página, realizando as duas funções simultaneamente (a da interação da tela e o carregamento da página), sobrecarregando o sistema. Os desktops fazem isso, mas comparados aos smartphones, eles possuem muito mais recursos de processamento. O problema não se comprova, entretanto, em smartphones com recursos mais elevados, como o Samsung Galaxy S II, que possui um processador de dois núcleos e não apresenta os “lags” de outros modelos.
A maneira como o iOS trata sua renderização de interface precisa ser confirmada. Alguns sites já informaram anteriormente que os desenvolvedores são obrigados a implementar esse tipo de comportamento descrito por Munn para que seus aplicativos sejam aprovados, e que o processo não é algo tão simples quanto a teoria descreve. Mas a comparação do comportamento ainda é válida. E, mesmo que os recursos de aceleração de hardware apresentem melhoras em futuros modelos de smartphones Android, pelo menos na teoria, o atraso na renderização estará presente.
Para resolver o problema, o Google teria que praticamente refazer o Android na íntegra, e isso resultaria em uma série de problemas para os desenvolvedores, que teriam que abandonar todos os projetos que desenvolveram. Além disso, o ecossistema Android também seria afetado, já que os aplicativos atuais não funcionariam em um hipotético “novo” Android.
Em compensação, o Google reconhece o problema e seus profissionais estão trabalhando para encontrar uma forma de melhorar a renderização da interface do Android. Será um processo longo, mas a empresa aposta que suas “mentes brilhantes” vão encontrar uma solução, cedo ou tarde.

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