quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Buscapé teme concorrência desleal e denuncia Google na justiça


O grupo Buscapé, proprietário do site de mesmo nome, do BondFaro e outros serviços de pesquisa de produtos, protocolou junto ao Ministério da Justiça uma representação contra o Google. A companhia afirma que o produto Google Shopping, lançado no fim de setembro por aqui, aparece de forma privilegiada nos resultados de busca, causando prejuízo para os demais concorrentes.
Buscapé entra na justiça contra o Google (Foto: Divulgação)
Buscapé entra na justiça contra o Google(Divulgação)
A tarefa tanto do Buscapé como do Google Shopping é a mesma: apresentar listagem de produtos, com preço, de diferentes lojas. O Buscapé afirma que o Google exibe os resultados do Shopping de forma diferenciada, inclusive com imagem do produto pesquisado, o que naturalmente atrai mais cliques.
Além disso, o VP de Comparison Shopping do grupo disse em entrevista que o Buscapé tem motivos para acreditar que o Google Shopping não é a melhor ferramenta de comparação de preços da web brasileira e que, portanto, não deveria aparecer nas primeiras posições em páginas de busca. O executivo diz que, por vezes, o menor preço apresentado pelo Shopping tem ofertas ainda mais baratas em sites concorrentes. De acordo com Rodrigo Borer, o Google Shopping também não apresenta recurso para verificar a confiabilidade das lojas apresentadas, algo que o Buscapé e outros concorrentes oferecem.
Na representação, o Buscapé pede que o Google Shopping comprove que trata todos os sites de comparação de preços com isonomia. Caso a empresa não consega provar o tratamento igual, a demanda do concorrente é que ofereça as mesmas possibilidades de posicionamento nas páginas de busca para todos os players do mercado. Em última hipótese, o Buscapé considera até mesmo solicitar que o algoritmo de pesquisa e indexação do Google seja revelado. Essa é a maior tecnologia que a empresa de Mountain View detém, e que certamente será defendida perante a última instância cabível.
O Buscapé afirma que o Google promove concorrência desleal tirando proveito de sua posição dominante, chegando a citar a existência do Googlepólio. Em comunicado, o Google Brasil diz que não recebeu nenhuma notificação sobre a representação apresentada à Secretaria de Direito Econômico do MJ.
Além do Buscapé, o grupo detém o BondFaro e outras ferramentas. Eles são líderes de mercado, e juntos concentram 31% do tráfego de acessos de acordo com dados levantados pela comScore e divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo.

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