A queixa, organizada através da página www.sopastrike.com
e que começou pouco após a meia-noite, conta com a participação de
empresas como Google, Wikipedia, Reddit, Wordpress e Mozilla, segundo os
ativistas.
A iniciativa, que inclui o "blecaute" ou a desativação de alguns sites
durante 24 horas, é um projeto da organização sem fins lucrativos Fight
for the Future, que procura impedir o projeto de lei conhecido pela
sigla SOPA (Stop Online Piracy Act), em sua versão na Câmara de
Representantes, e PIPA (PROTECT IP Act), no Senado.
Ao visitar a versão em inglês da Wikipedia, por exemplo, o visitante se
depara com uma mensagem em letras brancas em um fundo negro que diz:
"Imaginem um mundo sem conhecimento gratuito... Atualmente, o Congresso
dos EUA está considerando uma legislação que pode prejudicar gravemente a
internet gratuita e aberta".
O Google, por sua vez, publicou a seguinte mensagem em sua versão em inglês: "Diga ao Congresso que não censure a internet".
Tiffany Cheng, cofundadora do Fight for the Future, disse na noite de
ontem que se trata de uma "luta pela liberdade de expressão".
"O protesto contra o SOPA é o maior protesto online jamais organizado.
Várias centenas de milhões de pessoas verão mensagens sobre o risco de
censurar a internet, e isso é algo sem precedentes", afirmou Cheng.
Na mira estão as duas versões do projeto de lei que têm como objetivo
combater a pirataria online de filmes, vídeos, músicas e demais
conteúdos protegidos por direitos de propriedade intelectual.
A versão PIPA será submetida a debate e votação no Senado a partir de 24
de janeiro, enquanto SOPA enfrentará votação preliminar no Comitê
Judicial da Câmara de Representantes em fevereiro.
O principal autor da iniciativa na Câmara e presidente do comitê, o
republicano Lamar Smith, disse que SOPA procura proteger consumidores,
negócios e empregos "de ladrões estrangeiros que roubam propriedade
intelectual dos EUA".
O projeto de lei goza de um amplo apoio do setor de entretenimento -
como Hollywood -, de empresas farmacêuticas e publicações, enquanto as
empresas do Vale do Silício a criticam pesadamente.
A Casa Branca se opõe à medida em sua versão atual por considerar que
esta poderia suscitar processos contra empresas cibernéticas e
prejudicar negócios legítimos, além de atropelar o direito à liberdade
de expressão.
A previsão é que os legisladores modifiquem certas cláusulas da medida
tanto na versão da Câmara como na do Senado, sobretudo devido à
exigência de que os provedores de internet bloqueiem o acesso a sites
estrangeiros que infringirem os direitos de propriedade intelectual.