A Apple, que dita a agenda do setor de bens de consumo eletrônicos há
uma década, nem mesmo participa da feira. A Microsoft, que tenta
desesperadamente alcançar a rival, fará sua última participação. Já há
alguns anos a CES, realizada em Las Vegas, perdeu sua capacidade de
surpreender.
"Há muito falatório. As promessas são muito mais ambiciosas do que
aquilo que as empresas entregam", disse Todd Lowenstein, gerente de
carteira da HighMark Capital Management, que tem diversas ações de
tecnologia. "Só me interesso pelo evento porque surgem lá informações
que podem movimentar o mercado; mas isso acontece raramente".
Os dramáticos e vistosos lançamentos de produtos orquestrados por Steve
Jobs vieram a dominar o popular mundo da tecnologia, e os rivais
procuram copiá-los longe do alarido da CES.
A Microsoft, que tenta recuperar o controle da tecnologia perdido para a
Apple e para o Google, há muito alegava que a CES, realizada no começo
de janeiro, não se enquadrava bem ao seu cronograma de lançamentos, o
que significa que a companhia sempre tinha pouco a comunicar na palestra
principal do evento, feita durante anos pelo presidente-executivo Steve
Ballmer, e antes dele pelo cofundador da companhia, Bill Gates.
QUAIS SÃO AS NOVIDADES?
Este ano, os lemas parecem repetir os do ano passado, entre os quais
"conectado", "sempre ligado" e "reconhecimento por voz", quer seja em
celulares e tablets novos e mais poderosos, quer em carros ou até mesmo
relógios.
A mais recente safra de laptops finos e leves, que a Intel designou como
"ultrabook", deve dominar a seção de hardware, com fabricantes como
Toshiba, Asustek e Lenovo.
No extremo oposto do pavilhão, os mais recente televisores de alta
definição e com acesso à internet oferecidos pela Sony, Panasonic, Sharp
e LG também atrairão as multidões.
A fabricante de celulares Nokia está se preparando para se reapresentar à
audiência dos Estados Unidos, com novos celulares acionados pelo mais
recente sistema operacional Windows.
Os tablets podem perder destaque depois de dominar o evento no ano
passado, porque os fabricantes ainda não se recuperaram das derrotas
sofridas diante do rival dominante, o iPad, da Apple.
Aparelhos de baixo consumo de energia, dotados de sensores e conexão
permanente com a internet --sejam celulares, sejam aparelhos menores
ocultos em seu carro ou em seu pulso-- serão o tema da feira, parecem
concordar os observadores de tecnologia.
A CES, que começou em 1967 em Nova York, serviu de plataforma de
lançamento para o videocassete, a câmera de vídeo com gravador
integrado, o DVD, o HDTV e muitos outros desenvolvimentos cruciais no
segmento.
Já faz algum tempo que a feira não apresenta invenções capazes de mudar o
mercado, mas continua a ser popular junto aos exibidores do setor de
tecnologia e aos consumidores, ainda que possa sofrer queda de público
neste ano.
A 2012 International CES --seu título completo-- se tornará a segunda
maior de todos os tempos, com mais de 2,7 mil exibidores espalhados por
seu espaço de exibição de 160 mil metros quadrados. A maior CES de todos
os tempos foi a de 2008, com 165 mil metros quadrados de espaço pago de
exibição.
Empresas que participam do evento tendem a fazer reservas para comprar
espaço para o próximo ano durante o evento, ou pouco depois, e a CES vai
logo descobrir o que será do ano que vem.
Via Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário