O mercado de compras coletivas está na mira da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), que começa a monitorar mais de perto as empresas do segmento. O site Groupon, que nesta sexta realizou um IPO milionário nos Estados Unidos, aparece em primeiro lugar no ranking de reclamações do setor elaborado pela instituição. Os números ainda são pequenos quando comparados ao total de queixas relacionadas a compras na internet, mas vem ganhando força, garante o órgão.
"O site de compras coletivas é tão responsável pelo problema quanto o
estabelecimento que oferece o serviço ou produto", afirma o
diretor-executivo do Procon-SP, Paulo Góes. Segundo ele, as empresas já
foram notificadas sobre as reclamações e a multa por descumprimento ao
direito do consumidor pode chegar a R$ 6 milhões.
A bancária Cláudia Quaglia comprou em julho um tablet e um netbook
por meio de uma promoção do Groupalia, que ocupa a sétima posição no
ranking, e até hoje não recebeu os produtos. Há quinze dias ela foi
comunicada que receberia o valor do tablet de volta, mas o dinheiro
ainda não foi depositado. Sobre o computador, a promessa é que será
entregue pelo menos até o Natal. "Sempre usei sites de compra coletiva,
mas hoje tenho medo de perder dinheiro", diz ela, que já registrou
queixa no Procon.
No Facebook, uma comunidade chamada "Processo Coletivo: Groupalia, Groupon e Fluente Celular" reúne
mais de mil membros que foram lesados pelas empresas e pelo fornecedor
na compra de TVs, câmeras e outros produtos eletrônicos. A página recebe
atualizações diárias sobre as negociações com os sites e processos
abertos na Justiça.
Questionada sobre a liderança no ranking, o Groupon afirmou que
"muitas das reclamações devem-se ao fato de o comprador não ler com
atenção as regras da oferta". A empresa diz ainda que o primeiro lugar
no levantamento é "um fato pontual, que se deve a problemas com
parceiros específicos, que já estão sendo solucionados".
Fonte: Estadão
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